terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Viver, lembrar, sonhar...fotografar!


O ato de lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado. Por mais límpida que seja a lembrança do passado, não significa a mesma coisa que vivemos na infância, por que não somos mais os mesmos, o nosso modo de pensar, agir e as idéias mudam constantemente com o passar do tempo e com as experiências que vivemos. “O simples fato de lembrar o passado, no presente, exclui a identidade entre as imagens de um e de outro, e propõe a sua diferença em termos de ponto de vista.” (BOSI, 1983, p.17).

Para manter algo em nossa memória é preciso sempre falar sobre o assunto, o relato de outras pessoas e também os objetos, são de fundamental importância para que essas lembranças permaneçam conosco. Um relógio de família, um brinco da vovó, uma foto registrada num momento especial.


A foto de um criado que nos lembre a “mamãe” se perfumando, ou a foto antiga do pezinho do filho que hoje é “doutor”. Essas imagens são índice de lembranças que nos transportam ao passado e nos enchem de saudade. A foto emociona, assim como as lembranças, elas são subjetivas, cada um lembra de forma diferente, cada um vê uma fotografia de forma diferente. Um pé de um bebê transmite paz? Alegria? Para a mãe vai muito além, com a paz e alegria, há choros, certa tristeza (quando se lembra da febre que quase a fez perder o filho), ira (de uma travessura). A riqueza da fotografia vai muito além da composição e um bom enquadramento, vem do coração.


Foto: Tatiane Martins

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